A Exposição "Um recorte da década de 60", organizada pela jornalista Maria Angélica de Moura Miranda, foi aberta nesta quinta-feira (28/09), na sede histórica da Câmara Municipal. 

O período de 1962 e 1969 entrou para a história por ter sido marcado por grandes transformações de pensamentos, ruptura com antigos valores e a criação de novos movimentos.

Na época da Ditadura Militar brasileira, o estilo modernista das construções foi colocado em prática com objetivo de expressar uma identidade nacional. 

Enquanto o arquiteto Oscar Niemeyer surpreendia com o seu estilo de obra caracterizado por formas arredondas e curvas, em São Sebastião a história estava sendo erguida pelas mãos do caiçara, Álvaro Moura, mais conhecido por Filhinho Moura. 

Ex- vereador (1948- 1951), autodidata, ele aprendeu a desenhar copiando os trabalhos trazidos pelos arquitetos de São Paulo. Foi um dos primeiros a desenhar e construir no Litoral Norte.

Durante a pesquisa para realização da exposição, Maria Angélica encontrou registro de 152 obras feitas por seu pai, Álvaro Moura, algumas plantas de construções e fotografias podem ser vistas na mostra. 

Uma das fotos que mais atenção registra a construção da estrada Rio- Santos, quando Álvaro Moura e o seu pai Sebastião trabalharam como voluntários dinamitando e tirando pedras. 

“Eles levavam os prisioneiros da cadeia municipal para ajudá-los, com autorização do juiz, e depois os detentos recebiam por dias trabalhados”, conta a curadora. 

Esta exposição foi montada pela primeira vez para a comemoração dos 40 anos da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São Sebastião

Além de resgatar a história da cidade, através de sua arquitetura, a mostra teve o objetivo de lembrar a importância do Arquivo Central da Prefeitura, onde os engenheiros se socorrem para fazerem as reformas dos prédios.

O público poderá visitar a exposição na Câmara Municipal até o mês de novembro.